O engano de tantos teóricos da psicanálise, quanto à posição de Freud, fez proliferar uma pretensa Psicanálise da Arte que não encontra esteio no pensamento fundador nem no desenvolvimento da teoria. Na esteira do pensamento de Jacques Lacan, aqui se questiona sobre as relações da Psicanálise com a Obra-de-Arte.
MD Magno - Seminário 1976 O engano de tantos teóricos da psicanálise, quanto à posição de FREUD, fez proliferar uma pretensa Psicanálise da Arte que não encontra esteio no pensamento do fundador nem no desenvolvimento da teoria. Não é possível colocar-se a Obra-de-Arte no lugar do analisando - como não é de se colocar, através da obra, seu autor no mesmo lugar. Na esteira do pensamento de Jacques LACAN, aqui se questiona sobre as relações da Psicanálise com a Obra-de-Arte. Se não como analisanda, que lugar teria a Obra-deArte diante da Psicanálise? E esta, que lugar diante da Obra? Este texto abre para a possibilidade de um reversão: a Obra-de-Arte no lugar no analista. De onde se pretende uma consideração da obra, como semasionomia, a prometer efeitos de reconsideração das teorias da arte - sobretudo como crítica das relações, com a Obra-de-Arte, das chamadas Ciências Humanas, cujo discurso só consegue domestica-la -, como também a prometer alguma via de desenvolvimento da teoria psicanalítica, talvez da teoria do passe (isto é, da passagem de analisando a analisa, na chamada formação psicanalítica).