Este livro transcreve a fala de MD Magno em 2019. Continua aqui a publicação de seus SóPapos, iniciados em 2011 (“deixando correr os papos no aleatório, mas sem jogar conversa fora”), após os Seminários (1976-1999) e os Falatórios (2000-2010), todos realizados sem ininterrupção. É a conversa sobre a Nova Psicanálise, ou NovaMente, desenvolvida por ele desde a década de 1980: reformatação que unifica o aparelho teórico-prático da psicanálise e o mantém em consonância com os avanços do pensamento.
Este livro transcreve a fala de MD Magno em 2019. Continua aqui a publicação de seus SóPapos, iniciados em 2011 (“deixando correr os papos no aleatório, mas sem jogar conversa fora”), após os Seminários (1976-1999) e os Falatórios (2000-2010), todos realizados sem ininterrupção. É a conversa sobre a Nova Psicanálise, ou NovaMente, desenvolvida por ele desde a década de 1980: reformatação que unifica o aparelho teórico-prático da psicanálise e o mantém em consonância com os avanços do pensamento.
De saída, os papos apontam duas narrativas sobre o conhecimento. As verossímeis, que reportam suas descrições, por mais mirabolantes que sejam, a algum acontecimento – caso da literatura. E as verificáveis, que buscam maior exatidão na abordagem da realidade – caso das ditas ciências duras. Ambas são polos de orientação, há muita coisa no meio. O pensamento psicanalítico vive entre o verossímil e o verificável. Daí, por exemplo, a psicanálise atual buscar entender o Sintoma como um algoritmo. E o modo de lidar com ele como tentativa de interromper a cadeia de seu funcionamento, i.e., a série que o constitui.
O vício de nossa época é insistir em pensar de modo excludente: democracia ou socialismo, etc. São construções patologicamente sintomáticas e exclusivas por recalque – “e não pseudo sintomáticas por escolha” como concebe a psicanálise. Assim, dada a evidente “gastura das formações” de hoje, temos uma perda de validade em todas as áreas, o que tem feito a maioria correr para trás na política, na religião... Isto, ao invés de endereçar o pensamento adiante.
Na seção sobre seu encontro com Tunga, Magno discorre sobre o grupo que o lançou como artista plástico. Sua primeira exposição individual foi na casa de Eduardo Sued (1972) e a segunda no MAM/RJ (1974), com texto de apresentação de Magno. Em meados dos anos 1980, Tunga dá sequência ao que Magno lhe dissera sobre a equação girl=phallus (Otto Fenichel), retomada por Lacan como “os homens têm / as mulheres são”, e expõe: troncos de madeira torneados resultantes da projeção da forma de meninas nuas. Diz ele a Magno: “Dei solução à equação. São caralhos fêmeos”.
Com o desenvolvimento da Teoria das Formações, esboçada desde os anos 1970, temos que a psicanálise busca entender a composição das formações. “Formação é a suposição de que o que quer que compareça no Haver tem uma organização interna qualquer. Mas só é possível ser considerada a partir da transa dessas formações com as formações que estão ‘do lado de cá’, que são aquelas que permitem a consideração. E, provavelmente, não temos a menor condição de delimitar isso”.
Assim, “é balela é pensar que nos apaixonamos pelo outro. Não é. Apaixonamo-nos por nossas próprias formações. Elas é que nos colocam nesse estado horroroso, doentio. Topamos com uma presença que corresponde às nossas formações. É algo biunívoco quanto a certas formações”.
E os papos continuam sobre: a parca diferença entre hipnose (invasiva) e transferência (delegada); a mentalidade Turing e as formações polares no século XXI; a relatividade da noção de identidade; a análise pensada como laboratório de desmontagem da transferência; a fantasia sexual como algoritmo de gozo de cada um; a diferença entre os vetores de intervenção na psicanálise e na psicologia; a teoria quântica como teoria física do Inconsciente; o primado do analógico sobre o metafórico e o simbólico; o excesso como causa da falta; Joyce: Sense in Thomas (sem sintomas)...
ISBN: 978-65-88357-06-4
Idioma: Português
Peso: 0.000 Kg
Edição: 1ª
Ano de Lançamento: 2021
Número de Páginas: 308