MD Magno - Seminário 1981. Lacan nos ensina, em seu Seminário Sobre A Ética da Psicanálise, que, "sem dúvida, algo deverá permanecer aberto quanto ao ponto que ocupamos na evolução da erótica e à cura a ser trazida não mais a fulano ou a sicrano, mas à civilização e a seu mal-estar". Isto é um programa propÃcio ao estabelecimento de uma polÃtica da psicanálise.
MD Magno - Seminário 1981 Lacan nos ensina, Seminário Sobre A Ética da Psicanálise, que, "sem dúvida, algo deverá permanecer aberto quanto ao ponto que ocupamos na evolução da erótica e à cura a ser trazida não mais a fulano ou a sicrano, mas à civilização e a seu mal-estar". Isto é um programa propício ao estabelecimento de uma política da psicanálise, a qual, por seu fundamento ético (subentendido como na ética da psicanálise), é da ordem da polética - título deste seminário de MD Magno, no Colégio Freudidano do Rio de Janeiro, em 1981. O autor encaminha o reconhecimento da LEI como Lei da Diferença. Como exemplo, apresenta, nos capítulos arrolados sob o título CORTE REAL (anteriormente publicado em separata) uma análise do quadro já tantas vezes considerado de Velázquez, conhecido como As Meninas, momento em que revela aspectos de sua estrutura até então não tratados pelos que abordaram a famosa obra do pintor espanhol. A preferência à Lei da Diferança permite ultrapassar o verdadeiro neolítico do liame cultural, no sentido de uma Diferocracia que registre o ser-falante no campo do simbólico como operador do artifício - arte e ofício no coração da linguagem. Daí à utopia de Oswald de Andrade, cuja antropofagia - aqui traduzida por heterofagia - aparece como fecunda intuição desse jogo polético com a diferença, jogo este talvez por ele suspeitado na sintomática brasileira: a ser recuperada em sua particularidade, ao invés de denegada a favor do Superego cultural.